Fato ou julgamento, como saber?
Nos meus encontros de coaching com meus coachees, um dos meus desafios é apoiá-los na identificação de fato ou julgamento num processo de comunicação. Essa é uma diferença essencial para que cada um possa perceber o quanto uma conversa pode ser produtiva ou improdutiva.
Para abordar esse conteúdo faz-se necessário iniciar com a diferença entre fatos ou observações e opiniões ou julgamentos.
Muitas dificuldades de relacionamento encontram-se pela confusão desses conceitos.
Grande parte das decisões na gestão das equipes e no relacionamento com superiores e colegas é baseada em opiniões e julgamentos. Seja um comentário negativo a respeito de alguém ou até mesmo a decisão de promoção e/ou na definição de um desligamento.
As observações podem ser falsas ou verdadeiras e os julgamentos podem ter ou não ter fundamento. Abaixo, seguem exemplos que facilitam esse entendimento:
Quando alguém diz: "Antônio eh preguiçoso" - está emitindo uma opinião baseada no seu julgamento.
Quando alguém diz: "Antônio nasceu no dia 12/08/69, é possível sustentar seu comentário em um dado que pode ser confirmado na certidão de nascimento.”
Para avaliar se um julgamento/opinião eh produtivo, eh importante reconhecer pelo menos cinco aspectos:
1. Admitir - que aquilo que expresso é uma opinião, e por isso, não é a única. Cada participante em uma conversa tem a sua verdade sobre o conteúdo compartilhado.
2. Fundamento - quais são os fundamentos/dados pelos quais estou validando o meu comentário?
3. Padrão: existe alguma medida em que eu posso utilizar para medir o que estou falando?
4. Processo de razão: como chego a essa conclusão a partir dos dados que obtive?
5. Objetivos: para que/com que finalidade eu estou fazendo esse comentário?
Uma maneira de internalizar esses elementos é pensando no presente, passado e futuro, como segue o exemplo:
Minha opinião é (presente) qual é o meu julgamento?
Meu julgamento esta fundamentado em (passado) por que estou dizendo isso?
Qual o objetivo que me move (futuro) a expressá-lo?
Não da para mudar o lugar onde nasci, mas da mudar a interpretação que tenho a respeito.
Escutar é o que dá sentido ao falar. Pois escutar é igual a ouvir (função fisiológica) + interpretar (a partir do meu autoconhecimento, experiências de vida, conhecimentos e julgamentos).
As perguntas de coaching que me faço e compartilho, são:
Como eu escuto o outro?
Escuto para validar aquilo que eu penso?
Escuto para ampliar ou restringir possibilidades?
“Não existe a verdade. Existe apenas a interpretação." F. Nietszche
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Referência Bibliográfica:
WOLK, Leonardo. Coaching: a arte de sobrar brasas. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2013.
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