sexta-feira, 5 de abril de 2013
As difíceis tarefas de dizer não, escutar e pedir ajuda
Muitas vezes, em casa e principalmente no trabalho, as pessoas se sobrecarregam de tarefas com medo de dizer não a quem as solicitou. Levantamos a seguinte dúvida: por que as pessoas hesitam tanto em dizer não e em impor seus limites?
Conversamos com a Coach Ontológico Marta Magnus para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto. A profissional explica que, na maioria das vezes, o receio “tem a ver com as questões de aprovação e de reconhecimento. As pessoas acreditam que o dizer NÃO pode levar o outro a gostar menos de mim”.
Segundo a ontologia da linguagem, existem seis declarações básicas do ser humano: o sim, o não, o não sei, o perdão, o amor e a gratidão. Cada uma delas está vinculada a algum compromisso social muito importante na vida da pessoa. A declaração do NÃO está intimamente ligada à possibilidade de colocar limites e à dignidade do ser humano. O indivíduo que não tem o NÃO disponível vê sua dignidade afetada, seja no trabalho, na família, no dia-a-dia e nas relações interpessoais.
O saber dizer NÃO também está ligado à autoestima e à autoafirmação. A falta desses elementos afeta diretamente a forma como você se posiciona no seu dia-a-dia e como você lida com situações adversas. Ter confiança em si mesmo ajuda a sustentar o dilema do dizer NÃO, eliminando a necessidade de ser reconhecido e aprovado por suas ações.
Saiba ESCUTAR
Seja no trabalho ou em qualquer outro âmbito, a melhor forma de liderar uma equipe é saber escutá-la. Todos gostamos de expor nossas ideias e opiniões, mas também é necessário ouvir atenta e ativamente. Por isso, juntamos três dicas que podem ajudar você a tornar-se um bom ouvinte. Confira!
Escutar sem interromper: Ao interrompermos o locutor não estamos realmente escutando o que ele está falando, mas sim já rebatendo com as nossas próprias opiniões e julgamentos o que ele está dizendo.
Escutar sem julgar: Ao escutarmos emitindo pré-julgamentos, não estamos escutando o próximo, mas sim a nós mesmos, aos nossos próprios pensamentos. Cada pessoa enxerga a realidade de um ponto de vista diferente e ao julgarmos o próximo estamos apenas checando se o que está sendo dito coincide com o que estamos pensando no momento.
Escutar ao próximo como um legítimo outro: Somos observadores distintos da realidade. Ao escutarmos o outro como um observador distinto da realidade, que pensa, sente e faz, de forma diferente de nós mesmos, escutamos o outro como um legítimo outro. Desta forma, surge o respeito, espaço emocional ideal para um escutar efetivo.
Saiba PEDIR AJUDA
A falta de confiança no trabalho do outro é um dos principais fatores que estimulam as pessoas a não pedirem ajuda. Emitimos um pré-julgamento de que a tarefa a ser delegada não será entregue da maneira como queremos e o resultado não será satisfatório.
A Coach Marta Magnus explica que somos todos observadores diferentes da realidade, por isso uma mensagem que para você pode estar clara, para o outro pode ser interpretada de maneira completamente diferente. Uma tarefa que pode ser simples para você, pode ser incompreensível para o outro. Dessa forma, o melhor é fazer com que a sua mensagem seja clara, transparente para que o seu pedido de ajuda seja compreendido da melhor maneira e para que a sua condição de satisfação seja atendida.
“A falta de confiança muitas vezes é o resultado de uma comunicação não clara em que você coloca as suas condições de satisfação e espera que “o outro” adivinhe e realize a tarefa como você espera que ela seja feita”, reflete a Coach.
Outro fator importante envolvido na questão de não pedir ajuda, é o julgamento. O que os outros vão pensar de mim se eu pedir ajuda para desenvolver esta tarefa? O medo do fracasso, de não dar conta e de ser julgado por isso, faz com que a pessoa se coloque na posição de que tem que resolver tudo.
Um bom exemplo disso é o antigo modelo de liderança que muitas vezes ainda vemos por aí. A visão da empresa é centralizada em uma única pessoa, fazendo com que todo o processo dependa apenas do líder, das suas ações e do seu bom desempenho. Este tipo de comportamento acaba estimulando o pensamento de que ele será visto como não-competente, caso peça ajuda.
Diferentemente dos líderes atuais, em modelos de liderança mais sistêmicos, mais orgânicos, mais colaborativos, que trabalham como facilitadores de processos. Não apenas pedem ajuda aos colaboradores, como os inclui na construção coletiva de como a empresa deve funcionar. Um modelo e tanto a ser seguido!
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