Ao
longo de minha carreira profissional tenho percebido que são poucos os gestores
que sabem dar um feedback. Alguns, não conseguindo administrar as próprias
emoções, utilizam este momento para extravasá-las, enquanto outros por falta de
assertividade fazem um verdadeiro emaranhado de ideias sem nada dizer de
especifico; lembrando que alguns, ainda não entenderam a finalidade de um
feedback.
Recentemente
prestei um serviço a uma empresa e um dos diretores solicitou que fosse ele
mesmo o porta voz das avaliações que eu havia feito sobre o desempenho de seus
colaboradores. Como após estas avaliações faríamos um remanejamento interno,
incluindo algumas promoções, achei que seria interessante se ele próprio fosse
o portador das notícias, afinal ele é quem conduziria o novo processo. Quase
colocou todo o trabalho a perder, pois não tinha conhecimento do que é um
feedback.
Veja como o diretor em questão deu o
feedback ao primeiro colaborador: José, não foi desta vez, fica para próxima.
Quem sabe no próximo ano você tem a sua esperada promoção.
Eu olhei para o pobre do José e
percebi algumas interrogações em sua testa: Onde errei? O que preciso para
melhorar? Etc.
O difícil foi dar o feedback ao
próprio diretor e explicar que aquilo não era feedback. Veja umas dicas que dei
a ele:
1. Comece o
feedback com o que a pessoa apresentou de melhor
Se você iniciar o processo pelos
pontos positivos, as possíveis resistências iniciais serão fragilizadas e o
colaborador irá perceber que também foram observados os pontos em que ele teve
bom desempenho, não apenas os negativos.
2. Seja
objetivo
É importante que seja dito ao
colaborador onde e quando ele não se saiu bem e se for o caso, as métricas
utilizadas para a avaliação. Ele deve ser informado o que se esperava dele e o
que ele realmente apresentou como resultado. Este é um momento muito bom para
que o gestor faça um trabalho de Coaching com o colaborador, indicando caminhos
e alternativas, além de se colocar à disposição para auxiliá-lo nesta
caminhada.
3. Estabeleça
a regra para a conversa
É muito comum que encontros de
feedback tornem-se um jogo de defesa e acusação. Estabeleça o critério (e siga)
de que enquanto um fala o outro escuta. Anote todos os temas a serem abordados
em um papel e sugira que seu colaborador também faça anotações das conclusões.
4. Feedbacks
não devem ser dados em qualquer lugar
O momento de se dar um feedback exige
uma certa liturgia, isto é, o colaborador tem que perceber que aquele é um
momento quase solene, onde seu gestor estará investindo em sua melhoria
profissional. Nunca dê um feedback caminhando pelos corredores ou no espaço do
café, faça-o em uma sala onde ambos possam falar reservada e confortavelmente.
Use o momento para estreitar relacionamentos.
5. Seja
colaborativo e não um “acusador”
Na sua comunicação faça uma avaliação
construtiva e não acusatória do tipo: “Você fez” ou “Você costuma fazer”, pois
se agir assim estará trazendo para você a responsabilidade sobre as atitudes do
seu colaborador, obtendo um resultado inverso ao esperado. Avalie a ação, mas
não traga a responsabilidade sobre ela para você. Caso necessite apresentar uma
observação particular use: “Eu sinto que você...”
6. Conclua
objetivamente e de forma positiva
Após apresentar e discutir todos os
itens anotados por você, conclua objetivamente, sem muitos rodeios ou idas e
vindas desnecessárias.
Nunca se esqueça de que seu
colaborador deverá sair da reunião “para cima” e com orientações de como
aprimorar os pontos observados. Seu colaborador deverá sentir que tem em você
um aliado para que ele possa melhorar cada vez mais e principalmente que ele
tem capacidade e meios para isso.
Aproveite ao máximo as reuniões de
feedback, elas poderão ser excelentes para transformar uma equipe em um time e
os colaboradores em verdadeiros aliados, que se empenham com o grupo e que
sintam em você um verdadeiro líder.
Fonte:
adaptado de Cleyson Dellcorso
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