Passaram-se 17 anos. Estamos
juntos. Foi meu primeiro namorado. Éramos crianças. Nós casamos, tivemos filhos
e fizemos escolhas profissionais diferentes. Eu advogada, com o meu escritório
e ele um executivo de uma pequena empresa. Ambos, com estabilidade nos seus
trabalhos.
Eu estava em um happy hour com as
amigas e só elogiavam seus maridos. Naquele momento, a minha reflexão foi: Por
que eu não consigo fazer o mesmo?
Tenho um trabalho pelo qual me
motivo todos os dias, com um casal de gêmeos de 1 ano e 5 meses que são meus
tesouros. Sou autônoma, consigo levá-los para a creche, fico com eles quando estão
doentes, participo das reuniões que os envolve, levo-os ao pediatra. Me parece
que tenho tudo que preciso. Por que essa estranha sensação de raiva do mundo e
de estar sempre preparada para o ataque verbal?
Uma lembrança não sai da minha
cabeça. Quando a gente namorava, íamos no restaurante uma vez por semana,
passeávamos todos os finais, cantávamos e dançávamos. Agora, somos nós e as
fraldas, os carrinhos, as mamadeiras, as chupetas e muitas roupas e brinquedos.
E brigas e discussões sobre quem faz ou fez, quem descansou ou não, quem vai ou
fica... Tudo isso me irrita de tal forma que ao chegar no trabalho só tenho vontade
de gritar. E pior, eu grito, mas com os meus funcionários.
Pelo menos, eu vou ao happy hour,
uma vez por mês. E lá, um belo dia, ouvi que uma das minhas amigas estava
fazendo coaching. Fiquei curiosa e perguntei o que era. Hum, um processo com
início, meio e fim, com o propósito de melhorar a tua qualidade de vida. Era
isso que eu precisava: qualidade de vida. Vou lá.
Cheguei lá, ansiosa, queria logo
o elixir de qualidade de vida para resolver de uma vez por todas as minhas
angústias e raivas.
Opa! Terminou, mas eu nem disse
tudo que penso. E a receita? O que vou tomar agora que estou percebendo que tem
tantas demandas em minha vida pessoal a serem resolvidas?
Tudo bem, entendi. É um processo,
vou ter que ter paciência e voltar para o próximo encontro. Ah, tá! Então, até
a semana que vem.
Ao criar essa história, eu quis
retratar o que, muitas vezes, pensamos: que conseguimos separar a vida pessoal,
da profissional. É uma ilusão! É claro! Ambas andam juntas e precisamos estar
harmonicamente resolvidos para obtermos a bela sensação de bem-estar e felicidade.
Então:
Minha dica: Faça um movimento, hoje. E não se arrependerá, amanhã. Beijo
no coração.
Um beijo no seu coração,
Kátia Magni
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