sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Organizações x Motivação x Gerações


A principal motivação provém de um tipo de ação que vem do próprio indivíduo, uma fonte de energia, na qual a origem está ligada ao mundo interior de cada um. Sendo o processo motivacional particular, o que torna a motivação um desafio ainda maior para as organizações.

Edgar Schein, psicólogo e P.h.D. em Psicologia Social, formulou um conceito para identificar as motivações de cada pessoa para o trabalho. Chamou de “Âncoras de Carreira”, são elas: Aptidão Técnico-Funcional, Aptidão Administrativa Geral, Estilo de Vida, Vontade de Servir, Autonomia/ Independência; Segurança/Estabilidade; Criatividade Empreendedora, e Puro Desafio.

Na sua teoria esses elementos representam o “Eu Verdadeiro” do profissional, pois evidenciam seus objetivos reais em relação ao trabalho. Isso explicaria por que as motivações de cada pessoa seguem suas próprias características, e são construídas com base em seus preceitos e ideais.

As organizações hoje têm um grande desafio a ser administrado, lidar com as diferentes gerações e ainda motivá-los. Essa diversidade etária completa no ambiente corporativo, trazem desafios diferentes, como a dificuldade maior que, em geral, baby boomers podem enfrentar com aparatos tecnológicos, em oposição à extrema facilidade dos profissionais Y e dos Z neste campo.

Em relação a comportamentos, a estabilidade tão desejada pela geração X também é oposta à impulsividade multidisciplinar dos novatos, que surgem mais individualistas e ligados a seus próprios valores pessoais, em um mundo altamente conectado. Assim como o estilo de liderança, focado em comando e controle no caso de baby boomers e dos X, e mais horizontalizado para os Y e Z. Estes últimos esperam ser tratadas como colegas, e não como subordinados, querem reconhecimento explícito por suas competências, e esperam contribuir com o que sabem, formando uma grande rede de colaboração.

Isso pode inspirar ações da gerência, tais como a utilização do “reverse mentoring”, que facilita a aprendizagem recíproca e a construção do bom convívio entre as diferentes gerações. A aproximação entre os níveis hierárquicos, tais como café da manhã com a diretoria, comunicação via e-mail, escuta atenta de opiniões e sugestões, incentivo para ideias inovadoras que tragam bons resultados, são ações de possível motivação e retenção de novos talentos. Os superiores que atuam mais como “coaches” do que como chefes são mais respeitados e admirados.

As estratégias de fracionar metas com prazos curtos e oferecer maior responsabilidade como recompensa pelo bom desempenho são eficazes. A comunicação clara sobre a visão e a missão da empresa para alinhar o trabalho de cada um no conjunto também aumenta a motivação para o trabalho.

Portanto, o desafio essencial dos gestores é descobrir que, na realidade de hoje, e na sociedade de redes gerenciar pessoas é um processo diário de negociação e de aprendizagem recíproca. Nas palavras de Paulo Freire: Não há ninguém que tudo saiba, nem ninguém que nada saiba. Tudo se resume a uma troca de saberes. (FREIRE, 1996).


Fonte: Adaptado Revista Cientifica Faculdade Cearense, 2018.

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