sexta-feira, 20 de maio de 2016

Eu li em 2016: Um futuro economista? Quem sabe?


Quando estávamos organizando a festinha de aniversário do Bernardo, para comemorarmos 6 anos, fiquei surpresa com a pergunta dele: “mãe, o que tu achas se eu pedir aos meus convidados, dinheiro como presente?”

Fui questionando-o quanto aos motivos pelos quais ele queria guardar dinheiro... E ele respondeu: “é que eu quero comprar um novo videogame. E, como já tenho um, sei que o próximo eu é que terei que comprar”.

O que fazer diante dessa situação?

Como sou “amante” de livrarias, procurei ajuda nos livros e encontrei uma obra muito boa sobre MESADA, de Reinando Domingos. 

Então, compartilho com os meus amigos pais e educadores financeiros, o nosso conhecimento e experiência sobre como podemos ajudar nossos filhos a lidar com dinheiro.

Reinaldo (2015) diz que toda criança, a partir de 3 anos de idade, já começa a ter contato com alguma quantia de dinheiro, ou por assistir os pais pagando contas de restaurantes, passeios e lanches ou por vê-los fazendo compras em supermercados, lojas etc.

Por tudo que já estudei em psicologia e gestão, acredito que a principal herança que os pais deixam aos seus filhos, refere-se ao padrão de comportamento frente ao dinheiro, relacionamentos, família e etc.

Os filhos copiam seus pais numa série de hábitos... E, quando adultos, apenas repetem! Isso é  assustador, principalmente, quando esses comportamentos demonstram crenças limitadoras, ou seja, aquilo que cada um acredita sobre si e que o restringe de fazer avançar, em qualquer dimensão da vida.

Educação financeira vai além de fazer uso de planilhas de registros e cálculos matemáticos.  A forma como os pais conversam sobre dinheiro, planejam compras, economizam estão sendo observados e padronizados pelos filhos como um comportamento a seguir, ou melhor, a ser copiado.

No que se refere a como lidar com a mesada... seguem dicas inspiradas na obra do Reinaldo e na nossa realidade com o Bernardo.

Dica nº1. É sempre bom que os filhos tenham, pelo menos, 2 cofres: um para guardar um dinheiro para despesas pessoais (pequenos desejos): picolé, doces, brinquedos mais baratos. E, o outro para sonhos de longo prazo: uma compra de um brinquedo ou passeio mais caro (algo que possa ser adquirido em um ano). Dessa forma, os ajudamos a sonharem e realizarem seus desejos de curto e longo prazos.

Dica nº2. O quanto dar de mesada? Depende das condições financeiras dos pais... Lá em casa, nós usamos como medida a idade do Bernardo, ou seja, seis anos = seis reais. Para cada família esse valor poderá ser mensal ou semanal. 

Dar mesada é algo bom? Sim, pode ser uma maneira da criança a aprender a gerir seu próprio dinheiro, a fim de tornar-se um adulto consciente e planejador de suas finanças. 

Dica nº3. Quanto colocar em cada cofre? Uma sugestão é deixar metade no cofre para as despesas pessoais e a outra metade no cofre dos sonhos de longo prazo. Ajude seu filho a sonhar: reserve um momento para ajudá-lo nessa reflexão: pode ser por meio de um desenho ou com a simples pergunta: que passeio diferente você gostaria de fazer ou qual brinquedo você gostaria de ter? A resposta pode ser o objetivo para o cofre dos sonhos!

Dica nª4. Existem máquinas em supermercados que trocam dinheiro em moeda por espécie. É sempre bom levar o filho (a) para realizar essa atividade, e tão logo, a troca seja feita, colocar esse recursos em um dos cofres ou nos dois.

Dica nº5. Qualquer compra que o filho queira fazer e que comporte o valor do cofre, o pagamento deve ser feito por ele. Bernardo já comprou livros e levou um saquinho de moedinhas até o caixa. Os olhos dele brilhavam. 

E, para os pais, a dica mais importante é: não usufrua das economias dos filhos para despesas pessoais ou da casa. Mas, se isso for muito necessário, peça emprestado esse valor ao filho (a) e comprometa-se com uma data para a devolução. De preferência, que seja o mais rápido possível.

Conversar sobre dinheiro, em família, é fundamental para a preparação do perfil da criança na gestão financeira. Se os pais forem econômicos demais, a tal ponto, de não adquirirem bens e produtos que tornem a vida mais confortável, poderá deixar a criança avarenta ou pão-dura. Se os pais viverem apenas o hoje, e não se preocuparem com o amanhã, possivelmente os filhos também farão o mesmo, e assim um mandato de extravagância e/ou de desperdício será perpetuado.

O futuro deve ser preparado no hoje! Afinal, o que desejo para meu filho? Que homem posso ajudá-lo a se tornar? Que vida eu quero que ele tenha no futuro?

Se isso o levará a ser um economista? Não sei, mas só sei que posso ajudá-lo a querer construir um futuro confortável e tranquilo financeiramente.

Ah! como ele fez no aniversário? Avisou aos familiares que se quisessem dar dinheiro, ele adoraria e deixou que os amigos o presenteassem da forma como quisessem. Foi um momento bem legal de aprendizado para todos nós!

Fique atento à rotina financeira do seu filho para identificar o seu padrão de funcionamento quanto à gestão financeira. 

Espero ter contribuído para sua reflexão sobre esse tema!


Um super-abraço, Kátia Magni

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