Muitos possuem o sonho de
criar sua própria empresa. Porém, nem todos chegam até o momento da abertura pelos
mais diversos motivos a ideia do negócio é postergada ou abandonada.
Como saber se o
empreendedor realmente precisa adiar seu sonho ou se ele está apenas dando
desculpas para não enfrentar todos os desafios que envolvem ter um
empreendimento?
“Muitas ideias de negócio
não são viáveis, mas não é parado que você vai descobrir. Seja um protagonista:
não fique esperando ganhar na loteria ou o juro cair”.
Se esse é o seu caso, saiba que buscar
informações pode ser a solução para parar de dar desculpas.
“Com capacitação, você sabe que está correndo
riscos, mas eles são mais calculados por meio de um planejamento”, analisa
Leonardo Tegg, consultor de finanças do Sebrae de São Paulo. “Também recomendo
aproveitar oportunidades e ter iniciativa – esses dois dependem só de você, e
não do mercado ou do consumidor.”
Ainda na linha dos
conselhos, Adriano Barbosa, supervisor do curso de empreendedorismo do Centro
Europeu, recomenda inspirar-se em histórias parecidas com a sua. “Converse com
outras pessoas que estão no mesmo momento que você e também exemplos positivos
de empreendedores, que possam motivá-lo.”
Quer ter certeza de que
você está adiando a criação do seu negócio por um bom motivo? Então, confira se
você diz alguma dessas frases que indicam apenas procrastinação:
1. “Não tenho dinheiro para abrir meu negócio”
1. “Não tenho dinheiro para abrir meu negócio”
Essa primeira desculpa é justamente a mais
ouvida pelos especialistas consultados. Não, não é preciso esperar ter todo o
investimento inicial do seu negócio para começar a empreender.
A justificativa ocorre
porque há o desconhecimento de que o dinheiro é um recurso como outro qualquer
– ou seja, é possível obtê-lo por meio de empréstimos –, afirma Ribeiro. “Isso
mostra que as pessoas têm uma ideia de negócio, mas não um plano que coloca as
condições de pagar o preço desse empreendimento. Esses empreendedores não estão
preparados para começar e inventam a desculpa para não andar para frente.”
Como exemplo de alternativas para financiar
seu projeto, Barbosa cita bancos que possuem linhas específicas para PMEs,
cooperativas que apoiam empreendedores e investidores-anjo. “Desde que sua
ideia realmente gere negócios e você esteja disposto a executá-la, haverá
investimentos.”
Depois que você encontrou uma boa fonte de
recursos, é preciso saber exatamente em que parte do negócio esse capital será
aplicado. Tegg recomenda buscar dinheiro para o investimento inicial do negócio
– máquinas, equipamentos, computadores, entre outros –, enquanto as reservas
próprias podem ser destinadas ao capital de giro do negócio. “Isso porque, se
você gastar suas reservas no investimento inicial e for pegar um empréstimo do
banco para seu capital de giro, as taxas serão maiores do que as praticadas
pelos financiamentos voltados exclusivamente para financiar novos negócios”,
explica.
2. “Estou esperando aquela
grande ideia aparecer”
Alguns empreendedores dizem que estão esperando serem inspirados por uma ideia
que abalará as estruturas. Porém, isso pode ser apenas uma desculpa para não
seguir os próximos passos da criação de uma empresa.
“Não fique muito
preocupado em reinventar a roda. Veja o que o mercado já fez, encontre lacunas
não atendidas pela concorrência e mãos à obra”, recomenda Barbosa, do Centro
Europeu. “A grande solução é colocar uma ideia em prática e ver se resultados
são gerados. Depois, você pode decidir continuar investindo nisso ou partir
para outra ideia. Mas é preciso testar para saber.”
3. “Vou deixar
para abrir o negócio depois. Tenho uma vida confortável”
O custo-oportunidade de
abrir um negócio é muito alto e muitos potenciais empreendedores temem esse
risco envolvido. Porém, quanto mais os anos passam, mais pesadas são as
responsabilidades e maior é a chance de perder o timing da empresa.
“Se você tem uma ideia e um plano de
negócios, crie um mínimo produto viável o mais rápido possível. Um negócio que
é bom hoje pode não ser mais daqui a cinco anos”, afirma Ribeiro.
Ainda não se convenceu de que, para realmente
empreender, largar a zona de conforto é fundamental?
O professor do Ibmec dá um exemplo
inspirador: Jeff Bezos largou um ótimo emprego no mercado financeiro e se mudou
com sua mulher para outra cidade, abrindo um negócio na garagem de casa. Hoje,
ele comanda nada menos do que a multinacional de comércio eletrônico Amazon.
4. “Não tenho
tempo para isso agora”
Suas tarefas diárias
parecem não ter fim e, desse jeito, você não consegue pensar na sua futura
empresa? Então, é preciso organizar seu tempo e estabelecer objetivos e metas.
“Faça esse planejamento, inclusive antes do negócio ser criado. Nesse plano,
reserve um tempo exclusivamente para obter informações e saiba quando você
precisa tê-las apuradas – daqui a um mês, por exemplo”, recomenda Tegg, do
Sebrae.
Ser afogado pelos compromissos é um sinal de
falta de capacitação, defende Barbosa. “Quando o empreendedor não é capacitado,
ele foca mais na operação e menos na estratégia. Essas tarefas que o fazem
procrastinar podem ser delegadas, podem ser resolvidas por meio da rede de
contatos. Assim, ele só foca no que é realmente seu papel.”
5. “A
burocracia não me deixa começar”
Sim, o tempo para abrir uma empresa no Brasil é longo – veja as melhores cidades do país para ter seu negócio. Porém, a burocracia não pode ser uma desculpa para ficar de braços cruzados.
“Ele poderia usar esse tempo de espera para
investir em networking, por exemplo, porque as pessoas precisam começar a vê-lo
como empreendedor, e não como empregado ou estudante. Burocracia não é motivo
para parar seu empreendimento”, diz Barbosa, do Centro Europeu.
6. “Os
impostos e os juros são muito altos”
Para seu negócio, pode até ser que os
impostos sejam altos e que o negócio não se torne viável. Mas há muitos
empreendedores que usam essa desculpa porque ouviram por aí, diz Tegg. “Por
exemplo, há o Simples Nacional, que engloba impostos e simplifica rendimentos.
Com a falta de conhecimento, ele diz que o imposto é alto sem nem saber em qual
alíquota do Simples ele se encaixa”, diz o consultor do Sebrae. Pesquise a
fundo antes de assumir que é impossível sobreviver.
O mesmo pensamento vale para os juros. “De
fato, o Brasil é o campeão dos juros altos. Mas existe muito crédito subsidiado
ou incentivos para quem quer abrir um negócio”, diz Ribeiro. “Se esse
empreendedor nunca tentou, como sabe que é caro? Ele escuta dizer que as taxas
são enormes e nem vê que poderia conseguir o que ele precisa de várias
maneiras.”
7. “É muito difícil arranjar bons empregados”
Essa é uma desculpa que costuma aparecer depois que o negócio foi criado, mas
que pode barrar sua expansão. Muitos empreendedores consideram que não há bons
empregados no mercado e, por isso, permanecem sozinhos, mas também não se
dispõem a treinar sua equipe.
“Há um receio de abrir a empresa por ser
difícil achar boa mão-de-obra e, se ela for de fato capacitada, ter medo de o funcionário
ir embora por um salário maior. Porém, é justamente nessa hora que é preciso
investir em meios para reter seus talentos, o que inclui capacitação”, diz o
consultor do Sebrae. “Não basta contratar uma mão-de-obra sem orientá-la e
treiná-la de acordo com os valores e objetivos da empresa.”
Antes de tudo: convença a si
mesmo
“O apoio decisivo que você precisa para
começar qualquer empreendimento não é o oferecido por sua mãe, pai, esposa ou
marido, patrão, financiador ou amigo nem por nenhuma outra pessoa. É a
confiança vinda de você mesmo. E, no entanto, você é o agente mais difícil de
convencer”, escreve Linda. Ainda segundo a autora, a decisão de se tornar um
empreendedor não ocorre na parte da nossa cabeça de onde vêm as ideias brilhantes.
É na parte onde estão as dúvidas, as inseguranças, a preocupação com o sustento
da família. O empreendedor surge quando a vontade de empreender supera esses
medos. “A única pessoa capaz de aprovar sua disposição para assumir riscos é
você”, conclui.
Fonte: Exame
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