Profissionais que se mostram dependentes da empresa correm o risco de
deixar sua carreira nas mãos de gestores amedrontados.
Vivemos um período de transformação
intensa na sociedade e uma das mudanças mais significativas está na gestão de
carreira. Desde o início da industrialização, priorizou-se o modelo em que o
rumo dos profissionais era definido pelas organizações.
A pessoa ingressava
em uma empresa e lá se desenvolvia. A carreira seguia por um caminho definido e
previsível. Apresentando bons resultados e fazendo as alianças corretas era
possível se aposentar na companhia.
A partir dos anos 90, essa
previsibilidade terminou. As estruturas foram enxugadas e o plano de carreira
foi engolido pelas transformações da época. No século 21, com as frenéticas
mudanças impostas pela digitalização, a situação se agravou.
A dinâmica dos
negócios não permite mais projeção alguma de estrutura futura, o que, por
consequência, impede promessas de planos de carreira mais estruturados.
O
problema é que nos encontramos no limbo da falta de definições. E gestores
ficam atônitos quando são questionados por seus liderados sobre os próximos
passos para crescer. Sem clareza do que podem oferecer, eles também estão em
compasso de espera.
Adicione a essa indefinição uma
boa dose de falta de repertório para ajudar no desenvolvimento de pessoas.
Atualmente são poucos os gestores com ímpeto de melhorar uma importante
habilidade: a de saber dialogar sobre oportunidades de trabalho com seus times.
A
maioria aguarda a criação de cargos e promoções para abordar o assunto e, como
a tendência do mercado é exatamente oposta, muitos chefes não têm nada a
oferecer. A saída, então, é delegar o assunto para a área de recursos humanos.
Um passa a jogar a bola para o
outro, e ficamos num carrossel de lamúrias sem que o assunto seja direcionado.
Gestores com medo de conversas sobre emprego e trabalhadores com a visão antiga
de delegação para a companhia compõem um cenário caótico, carregado de
frustração e risco de baixa produtividade.
As respostas não são fáceis.
Passam pela clareza de que a profissão é responsabilidade dos indivíduos e de
que o líder é aquele que apoia o desenvolvimento, sugere ações e transfere
experiência.
Por
isso, a palavra do momento é protagonismo. Devemos ter consciência de nossas
vontades e de aonde queremos chegar. O controle é do profissional, não da
empresa.
Para que isso aconteça, é
preciso que haja uma mudança de um modelo mental profundamente infiltrado em
nossa cultura, de dependência e paternalismo. É uma jornada de evolução
profunda, que envolve transformar as responsabilidades de cada uma das partes
no processo profissional.
Fonte: VOCÊ S/A
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós. Deixe o seu comentário.