quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Carreiras no século XXI


Carreiras não surgem; elas são construídas. Carreira, então, é definida como a sequência e interligação de todos os papéis que o indivíduo desempenha ao longo da vida, desde quando ele nasce até quando morre.

De acordo com esse paradigma, entende-se que o desenvolvimento vocacional inicia-se ainda na infância. Daí a importância de se atentar para iniciativas que desenvolvam precocemente o comportamento exploratório, a aproximação ao mundo do trabalho, a tomada de decisão, a autoconfiança e o autoconhecimento, habilidades importantes para um adequado e satisfatório desenvolvimento vocacional. Ao conjunto de desenvolvimento dessas habilidades chama-se educação à carreira, essencialmente definida como esforço do sistema educativo e de toda a comunidade para inserir nos conteúdos escolares atividades destinadas a ajudar os alunos a adquirirem competências-chave para um positivo desenvolvimento da carreira.

Hoje em dia o desenvolvimento de carreira está muito associado a fazer escolhas. Fato é que fazemos escolhas desde sempre, daí retomando-se a ideia de que o desenvolvimento de carreira inicia-se desde a mais tenra idade. Escolhemos nossos amigos, onde vamos sentar, que atividades extraclasse fazer, quais alimentos preferidos e por aí vai. Importante nesse processo é atentar para o fato de que nenhuma de nossas escolhas é aleatória, uma vez que elas são intimamente ligadas à nossa própria história de vida. Ainda, destaca-se que as escolhas que fazemos e as que deixamos de fazer terão consequências para o futuro e o desafio, então, é administrá-las para se fazer novas escolhas, formando-se assim um ciclo. Disso depreende-se que atualmente somos o produto das nossas escolhas, experiências, vivências e aprendizados.

Houve um tempo em que a estrutura social propiciava que as carreiras fossem lineares e menos dinâmicas do que atualmente. Era o tempo em que o indivíduo entrava em uma empresa com 18 anos como officeboy e ia adquirindo promoções por tempo de serviço. Não era preciso que se preocupasse com seu desenvolvimento pessoal, com sua formação acadêmica, com idiomas nem tampouco com desafios fora da empresa em que estivesse alocado. A gestão de sua carreira estava a cargo da empresa. Esse indivíduo, então, após 35 ou 40 anos na mesma empresa, tendo chegado a um alto cargo, se aposentaria.

Hoje os tempos são outros. As estruturas de mercado são dinâmicas, fusões, aquisições e concorrentes, o emprego formal vem diminuindo, mas há diversas possibilidades de trabalho, as mudanças acontecem de forma repentina e imprevisível. Nesse contexto, a empresa, que antes era o centro e responsável pela carreira de seus colaboradores, torna-se o meio para que as pessoas realizem o seu desenvolvimento profissional. Assim sendo, o indivíduo tornou-se gestor de sua própria carreira, responsabilizando-se por suas escolhas e experiências, planejando-as de forma que façam sentido para sua história. O indivíduo hoje está, então, constantemente adaptando-se ao contexto em que vive, lançando mão de recursos, como o planejamento, a exploração e a autoconfiança, para que possa melhor gerenciar sua carreira e atingir seus objetivos.

Nesse novo cenário, faz-se importante e necessário:
  • Responsabilizar-se e comprometer com seu próprio projeto de vida, incluindo seu papel de trabalhador;
  • Estabelecer metas e um plano de ação;
  • Planejar ações de acordo com suas metas;
  • Avaliar as ações e, se necessário, redimensionar as metas;
  • Explorar possibilidades de trabalho;
  • Conhecer a si mesmo, seus valores, crenças e prioridades;
  • Estabelecer uma rede de contatos com a qual se possa solicitar e oferecer oportunidades de trabalho, relacionamento, parcerias.
Assim sendo, caro trabalhador, preste atenção ao contexto em que vive, aos valores que acredita, planeje suas ações, desenvolva-se pessoal e profissionalmente e mãos à obra!

Alyane Audibert
Consultora de Planejamento de Carreira. Psicóloga e Mestre em Aconselhamento de Carreira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP) gestão 2013-2015. Professora responsável pelo Programa de Apoio Psicológico e Organizacional (PAPO) da ESPM-RS. Orientadora de Carreira com ênfase no atendimento a adolescentes em situação de escolha profissional e estudantes universitários. Coordena oficinas e realiza atendimentos nos serviços de Orientação Profissional da UFRGS (SOP/NAE). Professora convidada para palestras no Ensino Médio, na graduação e pós-graduação nos temas de Planejamento de Carreira e Escolha Profissional. Realiza atividades de avaliação psicológica e educação para a Carreira. Foi orientadora da Unidade Procempa do Projeto Pescar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós. Deixe o seu comentário.